quinta-feira, agosto 24, 2006

Homenagem ao 1403



vista do ap 1403


A porta fechava lentamente, um escuro começava a habitar aquela pequena sala
Antes parecia grande, quando nela existiam tantas cores, no momento ficou pálida, permeando apenas o amarelo desbotado
Não existia mais os tapetes, os móveis, e as lembranças por um curto espaço de tempo perdiam-se... o referecial não existira naquele momento.
Porém o momento seguinte se encheu de uma estranha alegria, sim cheia de nostalgia
Lembranças de histórias ali vividas, transformaram a tristeza em uma imensa alegria
Felicidade em ver, que um pequeno espaço, feito de concreto e tijolo, guardava tantas histórias
Onde ríamos, cantávamos, dançavamos, chorávamos, assistíamos, ouvíamos.... Onde tudo que venha a ser imaginado, já aconteceu.... ou ao menos foi sonhado
Quantos textos o anfitrião terá escrito, quantos comprimentos, beijos e adeus...
Quantos cigarros foram acesos e apagados no alto cinzeiro.
Quantos amigos fiz naquele 1403
Agora restam as ânsias dos seus novos habitantes... e que histórias acontecerão
Nos restam as lembrmanças, eternas e nosso coração
E as novidades, do novo e maior apartamento, que nos aguarda
E a nova vista - A Redenção

segunda-feira, agosto 21, 2006

Um desabafo a respeito da minha e das demais realidades

Talvez uma aspirante a contista, mas cada vez mais uma cronista da vida, dos medos e da simplória rotina. Queria criar personagens enigmáticos, fantásticos e especiais, mas acabo preferindo admirá-los, vê-los em meu cotidiano, para depois explanar, através de uma análise minuciosa, tudo o que advém deles.
Me perco em tudo o que gostaria de ser, porém cada vez justifica-se mais a crítica, e como gosto disso. Criticar um bom ou mau filme, mencionando seus méritos e deméritos, e como gosto de ler e ver tudo sobre isso. Uma de minhas análises preferidas, torna-se sempre o ser humano, muitas vezes poético, e tantas outras inexplicável.
Questionar a existência de algumas personalidades torna-se algo fantástico, e um trabalho extremamente minucioso, como quem elabora um personagem muito bem detalhado - aliás, isso é uma boa fundamentação para um personagem.
Descobri que essa exploração humana, é quase que, um fio condutor para uma própria análise da minha alma, pois através de tantas reflexões, acabo enriquecendo minha própria personalidade, e a minha auto - análise.
Vejo constantemente, uma busca, que até hoje não defini direito, a busca de uma autenticidade através do consumo desenfreado de nossas almas, de nossa vida. E percebo que cada vez mais nos importamos com uma sociedade egoísta e pouco apreensiva. A humanidade, em si é a obra mais complexa de todos os exemplares já feitos, visto que é a base de toda teoria e de toda a ficção.
Somos exemplificados em filmes, livros, e somos ignorantes ao ponto de não perceber as inúmeras críticas, a quais somos acometidos. Criarei um dia um personagem, desvencilhado dessa rotina, mas certamente o mais característico de toda a minha geração. Assim como fez Truffaut em toda a sua filmografia, expôs claramente suas ânsias, realizando uma análise magnífica do seu próprio eu.
Já o meu eu, ainda não se fortaleceu o suficiente, pois ainda é descrente de certas teorias aplicadas imageticamente em meus conceitos, um tanto convencionais e outro tanto complexos. Quero explorar a fundo minha própria identidade e imprimi-la notoriamente em minha e nas demais existências.

quarta-feira, agosto 16, 2006

Amor X Covardia



Não podemos precisar os nossos sentimentos, não podemos dizer quando começar ou quando parar, eles são imprecisos, agem por si só, não dão aviso prévio, e magoam ao ponto doer.
Se pudessemos ter garantias em envolvimentos , talvez, a falta de vulnerabilidade, fizesse de nós seres mais fortes e seguros. Porém os percalços da vida, trazem consigo apenas dúvidas e recalques. Perdemos um bem precioso, e nos entregamos às horas de receios.
Criamos em nossas mentes sonhos lindos, frustados com uma brusca decisão. Como crer em algo que não se assina, não se vê e não se defini. Não há tradução, não há descrição....
Como querer algo, sem querer. Oras, como a complexidade faz-nos mal, quando deixamos a racionalidade, e entregamo-nos aos mais bestiais sentimentos.
Queremos, audaciosamente, planejar, dizer o que faremos no próximo final de semana, e somos aturdidos por palavras, que arrebatam os sonhos, tornando-os terríveis pesadelos. Somos, por natureza, impresíveis, mas os nossos sentimentos embora complexos, são exatos. Afinal quando dizemos amar - sendo sinceros e não meros atores, expomos a nossa mais ampla personalidade, deixamos visível a nossa alma.
Talvez o grande vilão da chamada felicidade, seja o medo de tê-la, e enfim, não ser forte o suficiente, para não ser dominado por ela. Resumindo, fosse o homem corajoso - seria o mais feliz de todas as éspecies, trazendo consigo a covardia, vira o mais infeliz em sua existência.

Ps:
Apenas uma avliação da condição humana, desse mundo e desse sentimento, que há muitos faz feliz, e tantos outros atormenta. Felizmente, posso dizer que entregar-me a ele, sem receios, fez de mim forte e feliz, a mais feliz de toda a minha espécie.

quinta-feira, agosto 10, 2006

É bom esse meu namorado. Além de fotógrafo, resolveu virar poeta. Vejam :D

segunda-feira, agosto 07, 2006

Jules et Jim



Jim et Jules, Jules et Jim, a ordem não interfere no brilhantismo deste filme de Truffaut. A tradução do título do filme já demonstra muito de sua história, "Uma mulher para dois". Mas ainda que o tema fosse um "Ménage à trois", a linha de raciocínio de interpretação de Truffaut vai além. Sua sensibilidade, não é apenas ilustrativa, consiste ainda mais em diálogos bem escritos, remetendo a maginificas suposições, sim suposições,afinal não é possível atingir o amplo raciocínio deste diretor, através de uma simples leitura de dialogos, esclarecer medianamente o que a obra quis explanar.
Truffaut é um mestre da sensibilidade, um poeta de um bom cinema. Uma exploração da alma, uma visão que nos estremece. Difícil ver um filme seu, e não sair atingido. Não ficar questionando. Nesse filme a história não consiste na mediocridade do "menage" e sim na complexidade da personagem feminina, em seu conceito de amor, na sua vulnerabilidade. Consiste também na amizade dos personagens, na cumplicidade, no companheirismo e até mesmo na abnegação. Não é surpresa para um país como a França, esse tipo de relacionamento, pois, para eles, trata-se de uma maneira de amar. Mas essa não é a abordagem do diretor, creio eu, esta deve residir no fato do medo de entregar-se a um sentimento incontrolável, ao medo de ser fraco e perder a força. Catherine (Jeanne Moreau) precisa ser superior, precisa magoar, precisa ter, mas não necessariamente ser feliz.Ela precisa de uma reivenção, de um novo jeito de amar.
Os amigos expressam personalidades um tanto que opostas. De um lado um jovem alemão (Jules) fraco, tímido, inexperiente, do outro lado um jovem francês (Jim), audaz, perspicaz, elegante e charmoso. Um rende-se aos encantos da personagem, sem nenhum receio, ao ponto de perder a sua dignidade. Já o outro, ainda que dominado e fascinado, teme seus sentimentos, acha coragem para a fuga, que o amigo jamais enfrentaria.
A amizade dos dois funciona aos extremos, o entrelace no sentimento amoroso, é o gancho de todo o romance. No fim, o alívio é concedido. Em fim, Truffaut é sublime, seus filmes perfeitos. Além do romance, este filme possuí uma edição diferente, diria até, encantadora.

quarta-feira, agosto 02, 2006

Textinho rápido

Senti-me entristecida pelos meus pesares alentos, sabia que um dia nossas vidas iriam cruzar-se repentinamente, como quem prevê o dia seguinte, o mês e o ano. Meus olhos, ainda que ditatoriais, sentiam teu forte abraço se esvaindo, o olhar cansado que aos poucos perdia o brilho. O beijo, que um dia fora terno, agora lembrava claramente os dias mais frios do inverno.
Fossemos nós sinceros ao menos hoje, esclareceríamos tantas coisas. Diríamos nossas verdadeiras intenções, veríamos nossos dias mais felizes. Enfim, seríamos eternos em sentimentos, vivazes e audaciosos. Não falo de dilemas pouco discutidos, ou assuntos que nos tenham oprimido. Questiono a bárbarie de nossos atentados. Visto-me de cedro para encarar tua triste armadura. Disserto este texto em poucos ditos, faço-me heroína com estes versos. Escancaro minha nudez a ti meu senhor. E ainda te refugias em meu olhar, ainda morres no meu cantar.

Ps: Isto é apenas um texto, um eu lírico. :D
 
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