segunda-feira, agosto 07, 2006

Jules et Jim



Jim et Jules, Jules et Jim, a ordem não interfere no brilhantismo deste filme de Truffaut. A tradução do título do filme já demonstra muito de sua história, "Uma mulher para dois". Mas ainda que o tema fosse um "Ménage à trois", a linha de raciocínio de interpretação de Truffaut vai além. Sua sensibilidade, não é apenas ilustrativa, consiste ainda mais em diálogos bem escritos, remetendo a maginificas suposições, sim suposições,afinal não é possível atingir o amplo raciocínio deste diretor, através de uma simples leitura de dialogos, esclarecer medianamente o que a obra quis explanar.
Truffaut é um mestre da sensibilidade, um poeta de um bom cinema. Uma exploração da alma, uma visão que nos estremece. Difícil ver um filme seu, e não sair atingido. Não ficar questionando. Nesse filme a história não consiste na mediocridade do "menage" e sim na complexidade da personagem feminina, em seu conceito de amor, na sua vulnerabilidade. Consiste também na amizade dos personagens, na cumplicidade, no companheirismo e até mesmo na abnegação. Não é surpresa para um país como a França, esse tipo de relacionamento, pois, para eles, trata-se de uma maneira de amar. Mas essa não é a abordagem do diretor, creio eu, esta deve residir no fato do medo de entregar-se a um sentimento incontrolável, ao medo de ser fraco e perder a força. Catherine (Jeanne Moreau) precisa ser superior, precisa magoar, precisa ter, mas não necessariamente ser feliz.Ela precisa de uma reivenção, de um novo jeito de amar.
Os amigos expressam personalidades um tanto que opostas. De um lado um jovem alemão (Jules) fraco, tímido, inexperiente, do outro lado um jovem francês (Jim), audaz, perspicaz, elegante e charmoso. Um rende-se aos encantos da personagem, sem nenhum receio, ao ponto de perder a sua dignidade. Já o outro, ainda que dominado e fascinado, teme seus sentimentos, acha coragem para a fuga, que o amigo jamais enfrentaria.
A amizade dos dois funciona aos extremos, o entrelace no sentimento amoroso, é o gancho de todo o romance. No fim, o alívio é concedido. Em fim, Truffaut é sublime, seus filmes perfeitos. Além do romance, este filme possuí uma edição diferente, diria até, encantadora.

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