terça-feira, outubro 03, 2006

Lula diz que Collor poderá ter atuação "excepcional" no Senado

por ANDREZA MATAIS - Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que o ex-presidente Fernando Collor de Mello "com a experiência que tem" poderá fazer um "trabalho excepcional" no Senado. Por outro lado, ao comentar a eleição de políticos envolvidos com escândalos durante sua gestão, o presidente afirmou que a decisão é do povo e que não cabe a ele avaliar se a votação foi certa ou errada.

"Não podemos questionar o eleitor de ninguém. As pessoas falam que o [Fernando] Collor [ex-presidente, que sofreu impeachment] voltou. Ele está há 14 anos de castigo, ou seja, se ele voltou é porque Alagoas resolveu mandá-lo para cá. Com a experiência que tem de presidente da República vai certamente, se quiser, fazer um trabalho no senado excepcional", disse Lula.

Embora tenha defendido Collor, o presidente se esquivou de analisar a eleição de petistas que privavam de sua intimidade como Antonio Palocci (SP), José Genoino (SP), João Paulo Cunha (SP), José Mentor (SP) e Paulo Rocha (PA) e que se envolveram em escândalos. Paulo Rocha --acusado de envolvimento com o escândalo do mensalão --chegou a renunciar ao mandato para evitar a cassação.

"As pessoas não foram condenadas, ganharam o direito de concorrer as eleições. A legislação garantiu as pessoas concorreram e se elas se elegeram foi porque o povo resolveu votar. Nós não podemos questionar o eleitor de ninguém", esquivou-se. "Não sou eu que vou dizer que eleitor de fulano de tal não sabe votar e que eleitor de fulano de tal sabe", reiterou.

A entrevista do presidente Lula foi acompanhada de perto pelo vice-presidente José Alencar, pela primeira dama, Marisa Letícia, pela ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy, pelo coordenador da campanha de Lula ao Planalto, Marco Aurélio Garcia, e pela assessora especial da Presidência, Clara Ant.
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Após ler essa matéria nada surpreendente, resolvi postar também um trecho do debate presidencial.

Alckmin: Senador Cristovam, uma das questões que mais preocupa a população brasileira é a questão da corrupção. Qual a sua proposta para o combate à corrupção?


Cristovam Buarque: Primeiro a gente precisa ampliar o conceito de corrupção: faltar a um debate como esse é uma forma de corrrupção. É uma corrupção, não de roubar dinheiro, mas de roubar esperanças, de roubar a chance do eleitorado saber em quem votar e permitir esse diálogo e esse confronto com cada um. O presidente Lula, faltar hoje aqui, cometeu um ato de corrupção contra a democracia.

Além disso, o governador tem razão, o mundo inteiro tem razão, o Brasil inteiro tem razão de que a gente está destruindo o Brasil pela corrupção. Minha proposta tem uma série de itens que está no programa que elaborei. Primeiro é fazer com que o crime de corrupção seja um crime hediondo. Sem direito a nenhuma dessas tranqüilidades que a lei dá para os criminosos. Nenhum está preso até hoje depois de tanto escândalo porque não é crime hediondo.

Segundo, acabar com a reeleição porque eu acho que a reeleição é um indicador, um instrumento de corrupção. Terceiro, eliminar ao máximo com os cargos comissionados, que podem ser reduzidos em 50% e, dos 50% que ficam, metade ser escolhidos entre os que fazem parte dos quadros de concursados. A maioria da corrupção vem dos que são indicados politicamente.

E por último, eu sempre coloco, e não é por mania gente, sem um grande processo radical de educação de nossas crianças desde o começo, a gente vai ter dificuldade em que o processo político no Brasil seja isento de corrupção. Se a gente fizer essas coisas, e mais alguns pequenos ajustes, o Brasil não tem porquê ser um país corrupto. Não está na alma do brasileiro ser corrupto. São governos que tomam o estado como se fosse do próprio partido e, a partir daí, gera corrupção. E uma das maneiras de fazer isso é não correr o risco de perder o estado não perdendo o governo fugindo de debate.

OBS: Qual dos governantes seria melhor? Fica pra 2010
 
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