sexta-feira, setembro 29, 2006

"A verdade é como o Sol. Ela permite-nos ver tudo, mas não deixa que a olhemos.", Victor Hugo.

Victor Hugo em 1862 escreveu o clássico romance "Os miseráveis", onde o autor fez um relato social do mundo em que vivia. Explanando a miséria humana, sendo ela financeira ou emocional. O escritor descreveu a miséria existente na alma das pessoas, sua falta de esperança e sua descrença. Hoje, em 2006 às vésperas de mais uma eleição, seu livro pode considerar-se atual. A miséria humana ainda existe, sendo ela na alma, na ideologia, na pobreza e na descrença.
Em 2002 a população brasileira levou ao planalto um igual, um miserável carregado por outros miseráveis. Todos desprovidos de dinheiro, mas cheios de esperanças. Um operário igual a tantos brasileiros foi carregado ao posto mais alto de nosso país. Milhões de brasileiros depositaram seus sonhos e esperanças de um país melhor nas mãos de um líder. Seria uma revolução, pela primeira vez viu-se tanto alvoroço no Palácio do Planalto.
Mas o sindicalista rendeu-se a luxúria. Começou seu legado sem demais obras, o fez como qualquer outro governante esqueceu sua raiz humilde. Tornou-se um miserável, mas dessa vez na alma, na honestidade e na simploriedade.
Como qualquer descrição humana realizada, o pobre que vira rico, esquece as origens e a ideologia. Esquecera principalmente os sonhos de seus iguais, de seus seguidores, novamente abandonados a sua própria sorte.
Um simples operário teve o poder de destruir ferozmente todas as esperanças de quem acreditava em um país melhor. Não contente, esqueceu-se de ser honesto, e mostrar sua face, de dizer quem é. Não teve a coragem de enfrentar seu povo, fugiu... Manteve-se preso em um grande palácio, e espera ali continuar por mais quatro anos.
Em seu discurso, não mais de oposição e sim e ditador, vangloria-se de todas as melhoras realizadas, sua bandeira é erguida com uma compra indecente da alimentação, do básico, e da mínima condição de vida. "Dar o bolsa família só faz com que a população continue na sua miséria com medo de perder o auxilio", dissertou um candidato que luta por uma reforma na educação.
Talvez o poder corrompa a todos, não deve ser fácil governar um país. Mas jamais se deve perder a coragem, fingir nada saber é a pior de todas as hipocrisias. Quantos sonhadores escondem suas bandeiras, enroladas, guardadas, esperando que o mofo as consuma. Antes eram erguidas, mostradas como escudo, expostas como um sonho.

Quantos desesperados andam nas ruas, cabisbaixos, sem nada a dizer, nada a gritar.

Uma nação perdeu sua ideologia, um operário tornou-se opressor. Um miserável mostrou que nada mais pode ser se não um miserável eternamente.

Não resisti à tentação de explanar a minha revolta a esse período, a minha indignação com aqueles que mesmo vendo tanta falta de respeito, revoltos ainda por um compromisso, comparecerão as urnas, e elegerão mais uma vez um despreparado. Peço, corajosamente, que essa decisão seja pensada, refletida. Ontem ele não compareceu ao debate, no futuro não cumprirá com as suas promessas, e o povo novamente abandonará.

4 Comments:

  • At sexta-feira, setembro 29, 2006 9:16:00 PM, Blogger Intimidades Públicas "Will" said…

    lindo!!! lindo!!!
    não poderia esperar nada diferente.
    Perfeito.
    Saudades tuas...

     
  • At sábado, setembro 30, 2006 2:00:00 AM, Blogger Jesus Pereira said…

    Este comentário foi removido por um administrador do blog.

     
  • At sábado, setembro 30, 2006 2:02:00 AM, Blogger Jesus Pereira said…

    É, minha cara. Um povo deseducado, pobre e pobre de espírito, acha normal o roubo, a safadeza, a ladroagem. E não coloca a educação entre as suas prioridades... Quem poderia estabelecer esta prioridade? Só um verdadeiro líder, que olhe para o futuro, quando outros só enxergam as necessidades imediatas (muitas das quais - é verdade - também exigem, não só elas, intervenção imediata) ...

    Mas, como chegamos a um ponto quase inimaginável da mediocridade nacional, aos verdadeiros líderes foi subtraída qualquer possibilidade de liderar... Então...

     
  • At segunda-feira, outubro 02, 2006 9:29:00 AM, Blogger Léli said…

    Oi Thaise,
    pode se intrometer o quanto quiser lá no imprensa, gosto quando o que escrevo é compartilhado com outras pessoas.
    Aparece sempre.
    Abraço

     

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